Festa do Avante vive ataques homofóbicos

Segundo a informação retida pelo semanário Expresso, a PSP foi notificada com quatro queixas-crime contra os seguranças que trabalharam na Festa do Avante. Entre as queixas apresentadas estão presentes denúncias contra alegados casos de agressão, furto e rapto.

É de conhecimento público que a PJ está ainda a investigar outros dois casos considerados ainda mais graves. Foram ainda dados a conhecer outros casos de agressão, já tendo sido formalizados queixas-crimes na PSP. José P., um homem de 55 anos, militante veterano do PCP apresentou-se também para apresentar queixa.

O homem que está baixa há mais de uma semana, relatou ao jornal Expresso, a forma violenta como terá sido levado para uma carrinha de apoio da Festa do Avante. José P., conta que depois de ter ingerido álcool, decidiu recostar-se numa estrada de terra batida perto da festa para descansar, terá sido chamado à atenção pela própria equipa de apoio que o informou que não podia estar ali. No fim, foi levado para a carrinha, onde terá sido espancado durante algum tempo sem razão alguma.

Tal como referido este não foi o único homem a ser espancado! Manuel de 34 anos, é um activista de esquerda espanhol que também estava no recinto da festa quando terá sido alvo de agressões por parte de um grupo de “homens com uma farda azul escura com a palavra ‘apoio’ escrita nas costas”. O activista espanhol explicou que estava a beijar um rapaz quando do nada terá sido abordado pelos homens que lhe disseram que este teria que abandonar o local, visto que o que estava a fazer era proibido. O espanhol terá questionado qual seria a lei em Portugal que proibia a demonstração de carinho e amor por outra pessoa, não obtendo qualquer tipo de resposta, o mesmo terá sido transportado para uma carrinha e terá sido agredido por estes homens.

Depois de se encontrar fora do recinto da Festa do Avante, Manuel tentou tirar fotografias aos homens com o seu telemóvel, mas terá sido apanhado, e novamente colocado dentro da mesma carrinha. Os homens taparam-lhe os olhos e ainda lhe apertaram o pescoço com uma corda, ao mesmo tempo chamaram-lhe “maricas”.

O gabinete de imprensa do PCP, quando contactado pelo jornal Expresso, não terá contestado o acontecimento mas comentou apenas que “situações como as descritas” não correspondem “à prática, às orientações e aos princípios que norteiam a actuação dos membros do partido na Festa do Avante”.
Garantiram ainda que “a Festa do Avante encaminha para as autoridades” todas as situações “excepcionais numa iniciativa desta dimensão, consideradas não conformes com o ambiente e tranquilidade da Festa”.

 

“Ultraje” contra a Festa do Avante

Foi assim que o gabinete de imprensa da Festa do Avante caracterizou a peça escrita pelo jornal Expresso. No site do PCP terão acusado o semanário de ter publicado “na edição de hoje uma peça provocatória e difamatória” em que se registam “critérios e operações que procuram diminuir a dimensão política, cultural e de convívio” da Festa. Os mesmos voltaram a confirmar que todos os acontecimentos pronunciados, referidas “não correspondem à prática, às orientações e aos princípios que norteiam a actuação dos membros do Partido na Festa do Avante”.

Organismos LGBT pretendem que o grupo partidário PCP peça desculpa a todas as vitimas. Como seria de esperar, as organizações de defesa dos direitos LGBT já saíram em defesa de Manuel e de todas as restantes vitimas. Caracterizaram Portugal como um país preconceituoso e que afirmaram que “beijar não é crime”.

O presidente da Opus Gay, António Serzedelo, declara ainda que o PCP devia “pedir desculpa às vítimas”.

Devem sancionar os seguranças, senão somos levados a pensar que os comunistas vestem um fato que não lhes serve e que, afinal, o rei vai nú”, disse o presidente da Opus Gay, acrescentando que “beijar não é crime em Portugal. Nos países islâmicos é que é”.

Segundo ainda o vice-presidente da ILGA, Paulo Corte-Real, este garante que o ataque de Manuel foi um crime de ódio. “O preconceito, infelizmente, é transversal” na sociedade portuguesa, defendeu.

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